5 de abril de 2014

Querido Chico,

hoje de noite, depois que o João dormiu, ao invés de tentar te convencer a dormir o mais rápido possível também, afinal ‘JÁ PASSOU DA HORA DE CRIANÇA DORMIR!’. Mas ao invés disso, senti vontade de deitar do teu lado e te curtir um pouco. Fazia tanto tempo que eu não aproveitava plenamente tua presença, sem pressa ou outras demandas. Sem lego para montar ou histórias para ler. Só ficar junto, eu e você. Não demorou e logo senti meus olhos marejarem. Lágrimas de saudade, ternura e gratidão.

Saudade de sentir teu corpo aconchegado no meu, saudade do teu cheiro, saudade de pegar na tua mão enquanto você me conta tuas histórias. Saudade da época que você era um bebê gordinho e macio, de te embalar no meu colo e sentir o peso do teu corpo adormecido no meu peito. Saudade de ouvir tua vozinha se aventurando nas primeiras palavras, saudade da tua mãozinha puxando os cabelos da minha nuca. Saudade do tempo que éramos só nós dois...




Ternura por tudo que já passamos juntos, pela sua presença doce e serena nos momentos difíceis destes últimos anos. A solidão na Alemanha, as incertezas na volta ao Brasil, o cansaço extremo causado pela minha tireóide, meu descontentamento constante. Todas as dúvidas e questionamentos de mãe de primeira viagem. Todos os exageros e tolices de quem acha que precisa provar alguma coisa simplesmente por querer fazer diferente. 


  

E mais do que tudo, gratidão. Gratidão por ter você na minha vida. Pelos desafios que você me faz traz, pela oportunidade de repensar tudo, de questionar. De constantemente me reconhecer em você, e ao invés de me saudar com a censura habitual, poder desfrutar da minha própria compaixão e do seu amor incondicional.



Meu Chico. Meu menino grande. Te amo. Te amo mais do que tudo.


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